segunda-feira, 23 de abril de 2018

helena sarmento - fado jurídico-criminal


Letra

P´lo artigo cento e tal Da regra dos bons costumes A maçã do senhor Nunes É um bem celestial Estão a postos os jurados Numa sala as testemunhas O arguido rói as unhas Os juízes descansados Não fui eu foi a Serpente Não sei mais o que lhes diga Isso é história muito antiga Contada por muita gente Comi por ter muita fome Suplicou o acusado Sou órfão de pai e mãe E estou desempregado Quantos anos p´ra que constem Perguntou o presidente Oitenta feitos ontem O meirinho diligente O senhor não tem vergonha De ter fome àquela hora Mas que vício ou que peçonha O não deixou vir embora? Já me custa muito a andar O que eu quero já me esquece Fui vítima de maus tratos E não tinha GPS Não pense que nos engana É suprema esta questão A maçã que aqui se trata É a civilização E que sorte tem o senhor Demandado nesta liça Que tem pago defensor Que a tremer pediu justiça Vai o réu pois condenado À pena mais capital Disse o último jurado Esconjurado está o mal Tudo está no seu lugar A maçã dos bons costumes A árvore que é do Nunes Os polícias a acenar O arguido p´rá cadeia A cadeia a transbordar O meirinho p´ró IKEA Os juízes a jantar

letra: joão gigante-ferreira / música: André Teixeira

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