segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

SERÕES MUSICAIS INTIMISTAS REGRESSAM AO PALÁCIO DA PENA



SERÕES MUSICAIS INTIMISTAS
REGRESSAM AO PALÁCIO DA PENA

Os “Serões Musicais no Palácio da Pena” apresentam este ano cinco programas, num total de oito concertos. Ao longo de cinco fins de semana, de 2 a 30 de março, sempre às 21:00, o Salão Nobre do Palácio irá reviver o ambiente cultural que ali se respirava no século XIX, ao tempo do Rei D. Fernando II.   


Os Serões Musicais regressam ao Palácio Nacional da Pena, de 2 a 30 de março. Os cinco programas propostos traduzem-se em oito concertos, ao longo de cinco fins de semana. O Salão Nobre do Palácio será o cenário para se revisitar as vivências musicais oitocentistas, trazendo à memória os serões promovidos por D. Fernando II, o “rei-artista”, e sua segunda mulher, a Condessa d’Edla.

A 4.ª edição dos Serões Musicais abre com o Trio Pangea, ensemble que junta um pianista e violinista franceses (pai e filho) ao violoncelo de Teresa Valente Pereira. Seguem-se três programas que têm por denominador comum o canto e a presença do pianista João Paulo Santos. Em cada um deles, somos levados a paragens diferentes: Brasil, França e Espanha. A conceção de duas destas propostas é partilhada entre João Paulo Santos e a musicóloga Luísa Cymbron. Para terminar, a meio-soprano escocesa Karen Cargill, presença regular nos mais importantes teatros de ópera mundiais, apresenta-se nesta ocasião em Portugal com um recital em que, acompanhada do pianista Simon Lepper, aborda a ‘mélodie’ francesa e as ‘Canções de Wesendonck’, de Richard Wagner.

O primeiro serão musical (2 e 3 de março) assume-se como uma homenagem a José Vianna da Motta (1868-1948), grande pianista e compositor que na sua meninice subia ao Palácio para tocar para D. Fernando II. Foi graças a uma bolsa real que Vianna da Motta pôde ir para a Alemanha estudar, nomeadamente com Liszt, e iniciar uma brilhante carreira internacional de pianista. No seu programa, o Trio Pangea inclui o Trio em Si menor do compositor português e duas obras de Robert Schumann (1810-1856), compositor alemão que muito influenciou Vianna da Motta.

Nos dias 9 e 10 de março, ocorre o primeiro de três programas concebidos por João Paulo Santos, com colaboração, em dois casos, da musicóloga Luísa Cymbron. O primeiro tem por título “Cruzando o Atlântico: a música entre Portugal e o Brasil, da chegada da corte aos alvores do modernismo” e lança um olhar sobre as muito próximas relações culturais mantidas por Portugal e Brasil ao longo de todo o século XIX. Para empreender esta viagem, estarão em palco as sopranos Mariana Castello-Branco e Dora Rodrigues, e o barítono Diogo Oliveira, todos eles presenças habituais no palco do São Carlos ou da Fundação Gulbenkian. O acompanhamento ao piano será assegurado por João Paulo Santos.

No fim de semana seguinte, a 17 de março, viajamos para Paris. O 2.º programa proposto por João Paulo Santos intitula-se “Da ‘Mélodie’ à ‘Comédie’” e propõe-nos uma panorâmica de dois géneros intrinsecamente franceses: a canção de câmara, género por excelência do salão aristocrata; e o teatro de ‘boulevard’, género popular. A interpretá-lo estará a jovem soprano Cecília Rodrigues, galardoada em setembro último com o Prémio Jovens Músicos da RTP, que será acompanhada de João Paulo Santos.

O terceiro e último programa idealizado por João Paulo Santos contou de novo com o apoio de Luísa Cymbron e realiza-se nos dias 23 e 24 de março. Pretende o mesmo redescobrir o intenso intercâmbio cultural que existiu entre Portugal e Espanha, grosso modo entre 1850 e o primeiro terço do século XX. Sob o título “‘De Espanha, nem bom vento…’: o mundo musical ibérico entre o romantismo e a Belle Époque”, evoca-se os compositores e instrumentistas espanhóis que se apresentavam em Portugal, assim como os muitos músicos portugueses que atuavam em Madrid, Sevilha e noutras cidades e paragens de Espanha. E não se esquece, claro está, a zarzuela! Os intérpretes serão dois conhecidos cantores líricos portugueses: a soprano Sónia Alcobaça e o tenor Mário João Alves. Como habitual, João Paulo Santos fará o acompanhamento ao piano.

Os Serões Musicais encerram em grande, com a visita da meio-soprano Karen Cargill. A cantora escocesa venceu, em 2002, o prestigiado Prémio Kathleen Ferrier e construiu em apenas dez anos uma muito sólida carreira internacional. O seu recital em Sintra, a 30 de março, ocorre quase exatamente três anos depois da sua estreia enquanto recitalista nos EUA, ocorrida no histórico Carnegie Hall de Nova Iorque. Em “A longa sombra do ‘Tristão” estabelecem-se aproximações entre Richard Wagner e quatro autores franceses de ‘mélodies’, o todo sugerindo um típico serão de canto num distinto salão parisiense da ‘Belle Époque’. Com Karen Cargill está o seu habitual pianista-acompanhador, Simon Lepper.

O ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena é uma iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal (CEMSP), tendo por diretor artístico o maestro Massimo Mazzeo. Os “Serões Musicais” iniciam a Temporada de Música Erudita da Parques de Sintra, a qual inclui ainda, em julho, os “Reencontros – Memórias musicais no Palácio de Sintra”, e, em outubro e novembro, o ciclo “Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie”.


Informações úteis:
Preço de bilhete por concerto: 10€

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