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domingo, 2 de dezembro de 2018

"Fado dos Meus Passos" - Helena Sarmento



Letra

São de pernas os teus passos
São de braços os abraços
E de dedos são os laços
Que nos enfeitam as mãos

Quem te vê nunca se esquece
Da razão que me estremece
Da noite que me entontece
Dedos, laços e abraços
da noite que me acontece;
Com as pernas dos teus passos

São de beijos os espaços
Que aproximam nossos lábios
E são de silêncios sábios
Dedos, laços e abraços

E caminho até é lua
Sem descanso nem cansaços
São de braços os abraços
Passos livres nos meus passos

sábado, 19 de maio de 2018

Helena Sarmento - Novo Fado da Sina


Letra

NOVO FADO DA SINA (OU FADO DA NOVA SINA) Há no céu estrelas inúteis e belas Luzes de ninguém Vogando perdidas da luz sentinelas Portas do Além Luzes tão distantes Segredos de amantes De beijos furtivos Dão sombra ao pecado De corpos no fado Dos cinco sentidos E se pela manhã no render do cansaço Elas vão embora O braço no braço o nó do abraço Marca de novo a hora Já que o Amor assim quis A tua sina te diz Que até morrer Terás de querer Ser sempre feliz Futuro Esse vento inconstante De repente um instante Que o presente não ensina Tu podes mentir Falar das linhas da mão Mas ai, quer queiras quer não Tens de escrever a tua sina À hora marcada A tarde vencida Estrela cadente De novo esta luz De dois corpos nus Depois do poente Amor que a rotina De amor os domina E amarra perdidos Os dois ancorados No cais dos deitados Dos cinco sentidos E quando as estrelas descidas da noite Caírem na rua À procura da vida que os amantes habita Com ecos de lua E das sombras saírem cores E o grito que não se ensina É outra a luz Que as seduz: Amor como sina Presente Esse feitiço do tempo Tudo num só momento Que o futuro não domina Tu podes mentir Falar das linhas da mão Mas ai, quer queiras quer não Tens de escrever A tua sina

NOVO FADO DA SINA, de joão gigante-ferreira, com música de JAIME MENDES in FADO AZUL, 1º álbum de helena sarmento

sexta-feira, 18 de maio de 2018

helena sarmento - LONJURA


Letra

A lonjura é um degredo Sem grades para assaltar Sem olhos, sem mãos, segredo Boca calada d´amar É mar que afunda a fragata É cotovia sem voz É um orvalho sem prata Letra sem rosto, sem foz É lágrima, é destempero É tabuada aldrabada Diário do desespero Diário branco, sem nada. Um chapéu cheio de traça A sina contada à toa A lonjura é uma desgraça Não há dor que tanto doa.


LONJURA Poema - Joaquim Sarmento / Música - João Black (fado menor do Porto)

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Helena Sarmento apresenta novo disco " Lonjura" no Museu do Fado



No próximo dia 15 de Maio pelas 19h00 a fadista helena sarmento irá apresentar no Museu do Fado o seu novo trabalho, Lonjura.

Trata-se do 3º disco da fadista, este marcado pelo propósito de ser uma homenagem ao seu pai, o escritor Joaquim Sarmento.

Nesta data estreia também o vídeoclip do tema que dá nome ao álbum, Lonjura, um poema de Joaquim Sarmento cantado na música do fado menor do Porto, de João Black.

Palavras escritas em tempos bem mais felizes e que hoje parecem premonitórias da condição de saúde do seu autor.
Lonjura é aqui o superlativo de saudade, a presença da ausência de quem ainda está presente, a mais insuportável das saudades, tecida pelas mãos da doença.

O vídeoclip (realização de Ricardo Silva www.ricardosilva.cf) remete para a memória mais antiga, da infância (quando a felicidade parece para sempre) e termina com a própria voz de Joaquim Sarmento, num raro registo da sua paixão pelo fado.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Helena Sarmento - Respiração


Letra

RESPIRAÇÃO Deitada na felicidade Sobre a curva do teu peito Tudo está no seu lugar Não há sombra de saudade O futuro onde me deito É o presente por chegar Tudo é esse momento Esquecemos a cidade Respiramos devagar À distância do olhar Um cinzento escurecer A cidade ali ao lado Proxenetas a vender Prostitutas a alugar O amor desempregado Vai de vinho o impotente Pela veia a heroína Preço d´oiro e prata fina Pela curva descendente Correm Zé e Serafina Já depois de ser menina Fica a vida pelo chão A alegria num caixão O seu corpo em cada esquina Já foi nova já foi nua Já deitou o sol na lua A velha que pede esmola No cruzamento da rua Já no riso não flutua Na saudade se consola Sobre a curva do teu peito Deitada na felicidade Tudo muda de lugar Esta paz onde me deito É a fúria da vontade Da revolta por chegar Tudo é esse momento Não esquecemos a cidade Respiramos devagar joão gigante-ferreira

Respiração, de joão gigante-ferreira, com música de Joaquim Campos in FADO AZUL, 1º álbum de helena sarmento

helena sarmento - fado jurídico-criminal


Letra

P´lo artigo cento e tal Da regra dos bons costumes A maçã do senhor Nunes É um bem celestial Estão a postos os jurados Numa sala as testemunhas O arguido rói as unhas Os juízes descansados Não fui eu foi a Serpente Não sei mais o que lhes diga Isso é história muito antiga Contada por muita gente Comi por ter muita fome Suplicou o acusado Sou órfão de pai e mãe E estou desempregado Quantos anos p´ra que constem Perguntou o presidente Oitenta feitos ontem O meirinho diligente O senhor não tem vergonha De ter fome àquela hora Mas que vício ou que peçonha O não deixou vir embora? Já me custa muito a andar O que eu quero já me esquece Fui vítima de maus tratos E não tinha GPS Não pense que nos engana É suprema esta questão A maçã que aqui se trata É a civilização E que sorte tem o senhor Demandado nesta liça Que tem pago defensor Que a tremer pediu justiça Vai o réu pois condenado À pena mais capital Disse o último jurado Esconjurado está o mal Tudo está no seu lugar A maçã dos bons costumes A árvore que é do Nunes Os polícias a acenar O arguido p´rá cadeia A cadeia a transbordar O meirinho p´ró IKEA Os juízes a jantar

letra: joão gigante-ferreira / música: André Teixeira

terça-feira, 17 de abril de 2018

Helena Sarmento - O novo álbum chama-se "Lonjura"



A Vida é a circunstância inevitável da Arte. A Liberdade, a circunstância necessária do Artista.
No seu novo disco, Lonjura, helena sarmento surge, mais do que nunca, esplendorosa e livre.

Quatro fados totalmente originais: Fado em Branco (que abre o disco), com música de Samuel Cabral e joão gigante-ferreira; Fado Depois da Tempestade, de Samuel Cabral; Contigo por Lisboa e Fado Jurídico-Criminal, ambos com música de André Teixeira e todos com palavras de joão gigante-ferreira; Noite de Inverno e Fado Azul (se Azul se Atreve),com palavras novas de joão gigante-ferreira para os tradicionais Fado Mocita dos Caracóis (Alfredo Marceneiro) e Fado Vianinha (Francisco Viana); Fado Xuxu, do repertório de Amália Rodrigues, singela lembrança e devido tributo; Fado Não-Valentim, uma recriação do popular Valentim, na doce subversão das palavras de joão-gigante-ferreira; Lonjura, tema que dá nome ao próprio disco, um poema do pai da fadista, o escritor Joaquim Sarmento, cantado na música do Fado Menor do Porto (João Black); Era um redondo vocábulo, letra e música de José Afonso e O Bêbado e a Equilibrista (que encerra o disco), de João Bosco e Aldir Blanc, são duas interpretações muito inspiradas que completam os onze temas que compõem este novo trabalho.

Na música, uma formação tradicional de excepcionais executantes: Samuel Cabral na guitarra portuguesa (e na direcção musical), André Teixeira na viola de fado (e nos arranjos) e Sérgio Marques (Ginho) no baixo de fado.

Um disco para ser ouvido por quem queira ouvir com os seus próprios ouvidos, implantados na sua própria cabeça, sem rótulos nem catálogo obrigatório.
Lonjura, é o tema onde a voz mais descerra o lugar da (sua) alma. A letra, de seu Pai, parece premonitória dessa outra lonjura maldita, a doença que ao longo dos anos o foi rondando e roubando a si mesmo e a quem o ama.

helena sarmento é aqui a Voz. Profunda e poderosa. Que vem do longe da memória e do mais escondido de si.
E dela se impôs a urgente e inevitável consequência de que todo este disco seja um dedicado tributo e homenagem a Joaquim Sarmento: ao Homem, à sua coragem e ao privilégio de dele ser filha.


ALINHAMENTO

1.Fado em Branco 00:03:29
joão gigante-ferreira / Samuel Cabral e joão gigante-ferreira

2.Fado Carioca (Fado Xuxu) 00:02:07
Amadeu do Vale / Frederico Valério

3.Noite de Inverno 00:04:03
joão gigante-ferreira / Alfredo Marceneiro (fado mocita dos caracóis)

4.Fado Não-Valentim 00:02:53
joão gigante-ferreira / popular

5.Contigo por Lisboa 00:02:56
joão gigante-ferreira / André Teixeira

6.Fado Jurídico-Criminal 00:03:44
joão gigante-ferreira / André Teixeira

7.Lonjura 00:04:19
Joaquim Sarmento / João Black (fado menor do Porto)

8.Era um Redondo Vocábulo 00:03:36
José Afonso

9.Fado Depois da Tempestade 00:03:18
joão gigante-ferreira / Samuel Cabral

10. Fado Azul (Se Azul Se Atreve) 00:04:12
joão gigante-ferreira / Francisco Viana (fado vianinha)

11.O Bêbedo e a Equilibrista 00:03:33
Aldir Blanc / João Bosco


terça-feira, 27 de março de 2018

Helena Sarmento apresenta o novo disco " Lonjura"


HELENA SARMENTO | LONJURA
EDIÇÃO 13 DE ABRIL


“(...) Helena Sarmento é um desses seres que chegam discretos e disponíveis, se expõem sem reservas, sem redes; um desses seres que sabem encontrar caminhos próprios, afirmar-se diferentes, solidários, sensíveis; que têm na inteligência, na imaginação, na persistência, na criatividade, na liberdade mapas sem recuo.

Discreta, secreta, ela encetou a sua afirmação fora das correntes dominantes, norteada por uma exigência, uma lucidez inamovíveis. “Lonjura” fica-nos, pela carga da sua atmosfera, planície de irrecusável modernidade. (...)”

(Fernando Dacosta, escritor)