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domingo, 27 de maio de 2018

WEIS X JOÃO TAMURA - QUASE


Letra

Não encontrei a letra ou os créditos desta música

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

João Tamura - Para Nunca Mais


Letra

para nunca mais sermos aquilo que fomos: desprotege-me de mim próprio e entrega-me a Cronos. enterra-me o trono: os tombos da sina. e a crença que nos liga é a impermanência da vida. nos fados da ressaca há silêncio. pai, mãe, braços que nos abraçam e aquilo que vai, vem. frente às fontes do Bellagio, numa noite vaivém, numa opulência em que tu cais em... Noites Brancas de Fiodor, os corpos sei de cor, são ardentes como Mordor e o amor não se explica. danças a Bjork ou são gotas do teu suor – só! levitam como o pó, depois da vida o que é que fica? à espera que o tempo nos leve a nós, a cada momento a que eu perco a voz… dona do medo em que eu espero a sós, enterra o veneno que fere os olhos. Goya traz as coisas más, nada volta atrás, quão fugaz o que nos faz? no princípio eras o meu amparo de quedas, o meu corpo desconstrói-se como quem mergulha em pedras. o aroma do sono, as doenças do tempo, serão os corpos que dançam aqueles que choram por dentro? e nós vivemos sob o escudo das palavras, tão frágeis como os ossos que nos fazem. tão falsas utopias que nos rasgam, tão baças como os sonhos que nos faltam. e até que tudo voe: quantos anos? somos deuses, somos escravos ou somos ambos? o meu pathos são guitarras: Lisboa dos Anos Verdes. tu dedilha a alma, calma, com a astúcia de Paredes. devaneios da beleza: os tópos do bréu. a nossa alma tem dois corpos: o meu e o teu. e para nunca mais mentir: sela-me a boca com as mãos, e para nunca mais fugir: as inércias do coração.


escrito e interpretado por João Tamura:

João Tamura e Miguel Cruz - Dizer Adeus


Letra

(João Tamura) Com a demasia da vida, qual a melodia que toca a partida? A casa é uma arena vazia onde se arrasta aquilo que em mim cabia... Na outra face do sol: navegamos em barcos sem mastros. Incendia, amor, todo o meu rasto - assim como chocam os astros. Sabemos a vida de cor, vale todo o mal e eu não quero mais. Sei o lugar vil onde vais, ensina-me aquilo que sabes a mais. Os amantes não têm momento: o sentimento, o falso, a perda... E tu reza onde o mal reza, presa, ou arde como uma estrela. E o grão de filme, e o chão vil, e o mal de nós - eu sei. As limitações são o corpo, eles querem-me morto - é aquilo que é lei. E sobrevivemos com pouco. Desliga a TV, olha que ela te engana. E onde é que eles arranjam esses palhaços que em nós mandam? Não é onde eu cresci, onde eu estudei, eu sei o que eu valho. As botas e mãos que pisam os cravos ditam os ordenados... Presos na culpa do fado, nos olhos vendas, vende o tempo, cresce a renda, não a vida, vale tão pouco aquilo que temos... Falo do pouco daquilo que temos, canto o sufoco daquilo que vemos. Presos no negro do fado, venda a face e vende o Tejo. Cresce a renda, não a vida, vale tão pouco aquilo que temos... (Miguel Cruz) São difíceis estes tempos para te amar. Sou eu e tu e à nossa volta não há luz. Peço forças para te agarrar e não largar. Mas não sei bem a quem... Não sei quem se esconde por trás deste caos, que brinca com a vida e a morte como lhe convém. Até que a dor desfaça o nó das nossas mãos... Preciso de ajuda, já não sei ver. Troquei os meus olhos pelas mãos e perdi a tua. Já não tenho norte deste mar sem maré. E deixo-me levar por uma alma nua... Que me seduz e me faz acreditar que não sou ninguém... (João Tamura) Os dias agarram-se à pele: uma casa que de nós nunca sai. Os dias que rasgam a pele: uma doença que de nós nunca vai. As noites que passamos à margem, sabemos que o mar é selvagem, decoro a tua imagem, para quando mais tarde me for. Trabalho naquilo que for, naquilo que é dor, naquilo que der... Sabemos tão bem essa cor, mas nunca o sabor da neve. Lá fora falamos da greve... Mas creio que nunca acontece. À medida que o mundo nos cresce das mãos para fora chega à hora de dizer adeus, tudo em nós em breve...


Escrito e interpretado por João Tamura e Miguel Cruz;

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

João Tamura - Os Paraísos Segundo a Sara



Letra

singelo corpo de água onde começa o eterno, és onde nasce o universo ou regressa o inverno. como a música dança? e o que vem depois do belo? com a atenção de quem se ama e de quem se despe do céu… as milhas do teu dorso, as ilhas são as lágrimas, e ao lado do teu rosto todo o peito tem galáxias. vão-se as falácias, despimo-nos a pele, ao som de canções do Manel ou dos grupos dele. e dantes duas ilhas - verte beijos, boca, dor, à procura do amor na tela do computador. as flores de Afonso Cruz, as dores dos corpos nus, a solidão é um baile, a pele que toco em braile. aquilo que não importa: tu enterra em nós. enquanto as flores do peito brotam: tudo é terra em nós. e como os nossos pais: entre a rotina, o tempo e o medo. isto é dos homens ou dos animais... ou são o mesmo? ... rebelde peito treme tanto, cego segue o mal humano. oceânica a cólera de sermos tão em vão, na ponta dos dedos onde bate o coração. e somos vivos pelo pó dos livros e nós sorrimos até um dizer: “desisto, pára!” lábios finos, como Nilos, infinitos, sim… que pousas sobre o caos onde eu existo, Sara. braços como um deus, falsos como os meus, baços como véus, altos como céus, pássaros nossos, nós com passos nervosos… mãos, veias, ossos: é o tocar-te e que me toques. nos dias de hoje: tão sem corpo, tão sem cheiro, eles fazem música como um banqueiro faz dinheiro. e nós quando velhinhos com reformas da miséria, a fazer as coisas belas que o mundo enterra.


escrito, interpretado e gravado por João Tamura: